Esta é a marca d'água do fabricante do papel Coru Bond
Feito em papel CORU BOND, da incipiente e atrasada indústria brasileira de papel, por uma fábrica no Vale do Paraíba, fundada em 1911, por um certo Dr. Cícero Prado, jovem advogado recém formado que compra a Fazenda Coruputuba, em Pindamonhangaba, São Paulo.
A terra é pobre, coberta por guamirins e barba de bode e a parte baixa é dominada pelo Rio Paraíba. Foram precisos vários quilômetros de dique para domar o Rio e iniciar uma das primeiras plantações de arroz do Vale do Paraíba.
Devido a grande quantidade da palha de casca de arroz o Dr. Cícero Prado funda uma fábrica de papelão em1927, produzindo de 400 à 500 quilos por dia. A partir daí, mais quatro máquinas foram instaladas, produzindo cartolina de várias qualidades, papel tipo Kraft, papel pergaminho em vários padrões, papel fosco, papel impermeável, alem do célebre produto "Coru-Bond"...
Com a matéria prima arroz, o resultado é uma fibra muito curta e a colas usada na massa eram altamente voláteis. O resultado é evaporação em curto prazo e muita oxidação, daí a razão para que um livro feito a partir desse material esteja tão quebradiço e ressecado apesar de ser de 1950. Isso ocorre principalmente em livros da região de São Paulo. Tenho trabalhado em livros de 1900, com papéis ingleses italianos e mesmo papéis feitos no Brasil na mesma época, como o Westerpost , em estado de elasticidade perfeito.
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Papelão "couro" Agropel |
Evidentemente não é fabricado a partir do couro, mas, originalmente chamava-se PAPELÃO CORU.
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