8 de out. de 2018

Digitalizar é um perigo

De uns tempos para cá, os cartórios estão sendo obrigados a digitalizar todos os livros.
Para preservação das informações, dizem.
Mas, durante o processo de digitalização, os livros sofrem mutilações irreparáveis.

Para oferecer um custo menor ao cliente, usam o seguinte método:

 - Arrancam o miolo da capa;
 - Guilhotinam o lado esquerdo, as margens internas, sem desfazer a costura, até o limite de 22 centímetros de largura da folha, para caber na digitalizadora;
 - Furam, amarram as folhas e colam este miolo na mesma capa, agora muito maior do que o miolo.

O resultado é um livro sem margens internas, com a amarração muito perto do texto.

Demonstro aqui como ficou um livro antigo que foi guilhotinado e amarrado. As folhas não se abrem inteiramente e com o uso vão se partir na dobra forçada.

Detalhe de livro guilhotinado e sem nenhuma margem.

Livro guilhotinado e amarrado (bloco)

Em seguida, mostro como ficou um livro antigo que não foi guilhotinado e foi digitalizado com as folhas intactas, o que permitiu que fosse corretamente costurado. As folhas se abrem sem esforço e completamente.

Detalhe das margens e da costura

Livro intacto, com cadernos.
Falta aos digitalizadores técnicas que respeitem a integridade dos livros.

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